quinta-feira, 27 de outubro de 2016

domingo, 16 de outubro de 2016

Pelos trilhos do bonde uma história foi contada

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Pelos trilhos do bonde uma história foi contada
Deslizando sobre um par de trilhos, informações e conhecimentos, do Bananal à Ribeira
PDF 763

Diante da nova situação de disciplinas que podem ser excluídas dos currículos escolares, surge  um novo paradigma a ser enfrentado, criando novas possibilidades. A possibilidade e a necessidade de conhecimentos a serem adquiridos nas ruas, fora dos bancos escolares. E uma história está contida e contada, com conhecimentos e informações, no antigo percurso do bonde, do Bananal até a Ribeira, na Ilha do Governador, no Rio de Janeiro/RJ. No interior dos bondes havia reclames que até hoje são lembrados. Existiam os bondes de passageiros e bondes para transporte de mercadorias e mudanças, quando os transportes à maiores e pequenas distâncias eram escassos.

Bananal, o marco zero de um destino, a primeira página desta história. Bananal onde está localizada a Pedra da Onça com lendas e histórias, que remontam ao tempo dos índios, e dos primeiros habitantes, de um mundo chamado de civilizado. Bananal onde esta localizado o Corpo de Fuzileiros Navais. E Domenico Aversa (1) contava que o Aterro do Cocotá foi executado com uma grande quantidade de terra retirada durante a construção dos quartéis. Bananal ponto final de várias linhas de ônibus, com grande participação da Paranapuã, concorrente da Ideal. Sendo o Bananal porto de partida da história, e de algumas linhas de ônibus, ponto de partida também do antigo bonde.  O rompimento da inércia, quando a vida ainda era possível de ser mais tranquila.

Quando os banhos de mar eram famosos, no Bananal havia locais com bares e restaurantes, junto com cabines alugadas para banhos e troca de roupas. Os carnavais na Ilha, promoviam um banho de mar a fantasia, com fantasias feitas de papel, para desmancharem-se na água, em um banho depois da folia. Nas passagens de ano durante os rèveillons as praias recebiam inúmeros terreiros e turistas para assistir as apresentações executadas nas areias. Nos finais de semana as praias se entupiam de banhistas vindos de outros bairros da cidade, e até de cidades vizinhas.

A presença da Light, a empresa de energia elétrica. Um bonde que representa o uso da energia elétrica, e “os pares” de fios que conduzem a corrente elétrica, Um em uma rede aérea, e outro no contato do bonde com os trilhos, os trilhos faziam a função do fio “terra”. A  possibilidade do uso da matemática calculando tempos e distâncias percorridas a partir de um ponto, o ponto inicial de um circuito. Nas curvas o uso da geometria e da física, calculando os arcos e forças centrífugas e centrípetas aplicadas. Forças sentidas pelos passageiros, com movimentos involuntários, e com ruídos característicos das rodas nos trilhos. Em um bonde sem portas e sem janelas, a paisagem histórica e geográfica era encenada diante dos olhos dos passageiros.

Rua Comendador Bastos, um personagem a ser pesquisado. As ruas com nomes indígenas estão elencadas no Bananal e na Freguesia, e outros tantos bairros da Ilha. A Rua Cambuí faz esquina com a Comendador Bastos, onde existia uma parada do bonde. Muitos lacerdinhas (inseto associado a Carlos Lacerda) caiam sobre as roupas, dos que aguardavam o bonde. E a Rua Cambuí dá acesso a uma pedreira e uma conhecida fonte chamada de  Carioquinha. Cambuí que dá acesso a Maraú, depois da Miritiba, com o Maracanãzinho, representando uma estilo de época. Renato Russo deve ter circulado bastante por estas ruas. E chega o cruzamento com a Magno Martins, a rua onde já moraram algumas personalidades, da música e da literatura. A esquina da Cinderela, onde muda o comércio, mas não muda o nome na boca do povo (2).

Então depois da Comendador Bastos chegamos a Praça Calcutá que já teve o nome de Carmela Dutra, um momento histórico justifica a troca do nome. A praça onde está a Igreja Nossa Senhora da Ajuda, congregando uma freguesia (nome dado a um grupo religioso e católico; a um grupo que frequenta um comércio; e dá nome ao bairro). Dizem que a igreja foi construída em cima de um cemitério indígena. Da praça avistamos a praia e algumas ilhas, da baía da Guanabara, o mesmo nome da praia. As velhas estacas de uma ponte onde chegavam barcas. Em um local próximo destroços da ponte da Formicida. Local de restaurantes e casas de shows. A igreja nova e a igreja velha… um busto na praça, e em um tempo distante, um chafariz. Ponto das antigas lotações desenhadas por Anuar Said. Saindo da praça um local que foi frequentado por Getúlio Vargas, no tempo que a Ilha era distante, da capital federal Rio de Janeiro/Guanabara. Um balneário, bar e restaurante em um sobrado, depois de uma escada. Do outro lado da avenida, a antiga barbearia do Gravatinha e depois do Moisés, nos tempos que o principal corte era o Príncipe Danilo. Tudo ali era próximo: barbearia e café, mercado e mercearia, padaria e farmácia, jornaleiro e ponto de carros de praça, hoje simplesmente táxi.

Saindo da praça inicia a Avenida Paranapuã, um nome dado à ilha pelos antigos índios. O antigo mercadinho, a antiga loja do Melo, com papelaria e bazar. A pizzaria Brotinho, a rua Bojuru, a loja do Cajueiro com artefatos de umbanda. A Escola Rotary e o antigo cine Itamar, que marcou uma época. O posto de saúde (CAPS), que exerce outro papel em outro momento histórico com a febre amarela e a falta de saneamento. Os painéis pintados na parede interna do prédio. A rua Pio Dutra e a rua Chapot Presvot. Os dutos da Petrobras que atravessam a Ilha ligando a Refinaria de Duque de Caxias (REDUC) à ilha D’água. O local onde eram montados circos. A antiga estrada da Porteira, dando acesso aos Bancários, praia da Rosa e Pixunas. E chega-se ao bairro do Tauá, uma igreja pode ser percebida bem próximo a via principal.  O antigo supermercados Merci, que tornou-se CB (haviam mais dois na Ilha), e adquiriu outros nomes. Entre o Tauá e o Cocotá a cova da Onça.

Cocotá onde existiu um antigo mercado municipal. E atrás do mercado a agência dos Correios. Foi um centro bancário por um grande tempo, com o BEG (Banco do Estado da Guanabara, que tornou-se BANERJ (Banco do Estado do Rio de Janeiro) e o BEMGE (Banco do Estado de de Minas Gerais). Sede do conhecimento e educação com biblioteca pública e centro cultural. Antigo e atual, ponto de chegadas e partidas de barcas. Local da antiga telefônica, nos tempos da CTB (Companhia Telefônica Brasileira), depois chegou a CETEL (Cacuia). O Clube do Cocotá tem uma história própria. No Cocotá o encontro de bondes que se cruzavam com destinos e origens opostas.

O edifício Sobre as Ondas, antiga caieira, representada em tela de Anuar Said. O colégio Capanema (quem foi o Barão de Capanema, uma informação a ser incorporada). O colégio Thales (quem foi Tales de Mileto, uma informação a ser incorporada. A FAMIG (Federação das Associações de Moradores da Ilha do Governador). A Igreja de São Sebastião. A ADL (Agência de Desenvolvimento Local, do governo do Estado. O centro administrativo - XX R.A (subdivisão da cidade). A antiga garagem dos bondes.  Capitão Barbosa e Tenente Cleto Campelo (uma informação a ser incorporada), que fizeram (fazem) parte da história da Ilha.

E segue-se em direção ao Zumbi. Um tucano por muito tempo fazia parte da paisagem, em uma gaiola de uma determinada casa. A água mineral Fontana, ficava no caminho. Um pavão também fez parte da paisagem em umas das curvas que levam ao Zumbi. A Ponta do Tiro e a Praia da Bandeira, um registro geográfico e histórico. No Zumbi o Clube do Jequiá e a Engenhoca. O posto de saúde em outro lado do Zumbi. A praça do Zumbi que já foi cenário em propagandas antigas.

A chegada na Ribeira, praça Iaiá Garcia, o antigo cinema. Empresas petrolíferas. Ponto final do bonde com chegadas e partidas de barcas. Casa do Índio. Centro cultural e gastronômico. Feira de artesanato e antiguidades. A tradicional feira da Ribeira com frutas, hortaliças e legumes, e mais outras diversidades de produtos. A música ao vivo na feira. A vida noturna com bares, restaurantes e pizzarias, trailers e quiosques.

O texto acima serve de referencial para informações e conhecimentos contidos nas ruas, no antigo percurso do bonde. Outras informações ainda podem estar contidas e necessitam ser pesquisadas. Não se tratam de informações apenas históricas, mas de cultura e conhecimento geral como português e matemática. A geografia geral e a geografia da Baía da Guanabara. A Ilha do Governador possui alguns acidentes geográficos como: rios, sacos e mangues; praias e morros; rochas e rochedos; e até uma ribeira.

RN 16/10/16


Pelos trilhos do bonde uma história foi contada
Deslizando sobre um par de trilhos, informações e conhecimentos, do Bananal à Ribeira
PDF 763

Texto em:


por: Roberto Cardoso (Maracajá)
Em: 16/10/2015
Entre Natal/RN e Parnamirim/RN

Textos relacionados:

(1) Aversidades la  domenica di pasqua (Domenico Aversa)

(2) A esquina nervosa da Freguesia


Outros textos relacionados:

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Histórico e apresentação do Fórum Maracajá

Sobre um conhecimento contido nas ruas (Tomo I)


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segunda-feira, 10 de outubro de 2016

domingo, 9 de outubro de 2016

O Rei mandou cair dentro da folia


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Imagem:http://blog.tribunadonorte.com.br/heitorgregorio/carlos-eduardo-e-alvaro-dias-comemoram-vitoria-com-carreata-de-mirassol-ate-zona-norte/   
O Rei mandou cair dentro da folia
Com a tribuna motorizada ele fez um palanque de vitória
PDF  758


Passada a euforia, um tempo para analisar os fatos, as fotos,  e os percentuais alcançados. O prefeito foi eleito no primeiro turno, ganhando com mais de 60% dos votos coletados. Mas o resultado percentual apurado nas urnas, não representam o mesmo percentual da população, fixa ou flutuante. Não estão computados os faltosos; os que ainda não votam; os que optaram em não votar; e os que residem mas ainda votam em outro município. Foi uma euforia e alforria de vitória além da contra. E o candidato apontado como vencedor tomou um porre de felicidade, resolveu sacudir e zoar toda cidade. Era primavera e na lei de Roma é a alegria que impera.


O Rei Carlos Eduardo mandou o povo cair dentro da folia. E lá foram eles em mais uma carreata, circulando por avenidas mal asfaltadas, com certeza não respeitando as possíveis ciclovias encontradas no caminho. E lá foram eles por ruas esburacadas, espremendo o povo pelas calçadas..


Segundo o registro de Heitor Gregório, o prefeito de Natal, junto com seu vice comemoraram a vitória com uma carreata histórica, partindo da árvore do Mirassol seguindo até a Zona Norte. A Zona Norte da cidade que sofre um apartheid da cidade, localizada  do outro lado do rio.


Diz ainda Gregório que a carreata tinha a participação de Agripino Maia e Garibaldi Filho, lideranças históricas da terra, lembranças dos tempos de coronéis. A carreata que era composta por um trio político, em espaços destacados, no alto da boléia, para serem vistos, e eram aguardados por um trio elétrico, com os pés no chão.


Além do trio à bordo outro trio estava na avenida do arrabalde suburbano, do outro lado da ponte, que divide Natal em positivo e negativo. A tão sofrida Zona Norte, lembrada nos tempos de eleições, e quando serve de passagem ou caminho para as praias do litoral Norte.


Mais um detalhe importante, Natal é a capital do estado, e a principal cidade da Região Metropolitana obviamente. Logo uma cidade que não atende unicamente seus eleitores residentes e domiciliados, mas uma população variável entre os que residem e os que diariamente se destinam ao centro da cidade, mais aqueles que vão em busca de diversão e entretenimento nos aparelhos públicos da cidade com esta finalidade.


Seus atos de comemoração da vitória estão refletidos nas ruas. Basta uma expectativa de um jogo ou de uma vitória, em um dos clássicos de futebol na cidade: América x ABC ou ABC x América, que o povo coloca seus carros nas ruas, Uma carreta não combinada em direção ao estádio.  E carros são estacionados dos dois lados das ruas, reduzindo o fluxo de trânsito, causando enormes engarrafamentos.


No dia da votação inúmeros automóveis foram estacionados ao longo de uma guia (meio fio), com faixa amarela contínua e piso táctil, e carros sobre as calçadas cobrindo a referida faixa amarela. Ainda que seja considerado que a escolha do local de votação, seja a mais próxima da residência. O hábito do prefeito em andar de carro e fechar as ruas, ainda influencia o dia a dia, de sair de carro e se dirigir a padaria mais próxima, estacionando carros fechando a porta do estabelecimento. O mesmo vale para outros tipos de estabelecimentos, onde motoristas insistem em estacionar seus veículos com potência calculadas em cavalos. O velho hábito de amarrar a montaria em frente a bodega. O prefeito como capataz da fazenda asfaltada, deve deixar as cantigas de grilo e convocar o seu povo: Oxente…. arre égua ! Vamos deixar de arengas e brecheio na borréia da cidade. Basta de cangueiro !!!


A cidade está sendo dominada e ocupada por carros, e ainda não houve um prefeito ou um legislativo que tomasse uma providência Para um novo mandato não basta prometer que vai fazer muito mais, baseado no que foi feito. Ainda falta fazer tudo que foi prometido anteriormente, tudo o que deveria ser feito, e deveria estar pronto e funcionando.


RN, 09/10/2016
Texto de Heitor Gregório:


Texto anterior:


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segunda-feira, 3 de outubro de 2016