quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

Fortalecendo o CAM, em uma segunda viagem




Imagem: https://www.google.com.br/search?q=correio+a%C3%A9reo+nacional&biw=1093&bih=534&site=webhp&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=0ahUKEwjU25DXtpfRAhXGGJAKHcL2DvkQ_AUIBygC#imgrc=3AJTIm_DpTxE3M%3A


Fortalecendo o CAM, em uma segunda viagem

PDF


O CAM foi inaugurado em 1931 com um voo entre o Rio de Janeiro e São Paulo. Alguns anos depois foram inauguradas linhas que seguiam os cursos de rios como o Rio Tocantins e o Rio São Francisco. Era uma estratégia da aviação seguir rumos por meio visual,  havia carência de instrumentos para navegação aérea. E o Rio São Francisco ficou conhecido como o rio da integração nacional. Em um país de dimensões continentais, a FAB - Força Aérea Brasileira, tinha um compromisso muito grande com a comunicação entre estados e cidades. E entre as pessoas em localidades distantes. Do CAM (Correio Aéreo Militar), criou-se o CAN - Correio Aéreo Nacional.


Filha de um oficial da Aeronáutica, Lily não tinha ideia do trabalho que estava exercendo. A sua estratégia de ausentar-se de casa durante à tarde, para escrever cartas para quem necessitasse mandar notícias a parentes e amigos que morassem longe. E estava contribuindo com uma missão da Força Aérea, onde trabalhava o seu pai. As cartas que seguiram em malotes, para outras cidades e outros estados, cobertos pela malha aérea do Correio Aéreo.


Ana Angelica Schmidt fez o lançamento da segunda edição de seu livro Eminência Parda (RB Grafica e Editora, Natal/RN 2016), na ANL Academia Norte-riograndense de Letras. O livro traz uma compilação de algumas cartas, que por uma menina foram escritas. Cartas com destinos distantes, a partir da cidade de Natal, Escritas de próprio punho, onde hoje encontramos a Cidade da Criança. Um tempo onde havia necessidade de caneta e papel, e uma raridade de ideias.


Além de ajudar pessoas a escrever cartas. Cartas para muitas pessoas que nem sabiam ler ou escrever,  Ana Angélica realizou uma outra missão, a eminência parda. Ajudou não só a escrever, mas a construir argumentos para aqueles que além de não saber ler ou escrever, poderiam ainda ter dificuldade de articular ideias e palavras.


E assim Ana Angélica, não fez só com cartas naquele momento, foi fazendo em seus cursos da vida, pelos rios que passou, por cidades que pousou e decolou. Fluindo águas e palavras, facilitando o voo das ideias.


Roberto Cardoso


RN 28/12/2016

Nenhum comentário:

Postar um comentário