O índio que vendeu a alma para a ciência.
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Karl Marx disse que ser comunista, não significa fazer votos de pobreza. O homem deve e pode usufruir do conforto e da tecnologia. E como disse Freud, o trabalho pesado e repetitivo dever ser para as maquinas, o homem foi feito para pensar. Compreendemos que os chineses e japoneses possuem um cultura milenar, usam de conforto e tecnologia, e preservam seus conhecimentos milenares. E assim também entendemos que um índio possa atualizar seus comportamentos, usufruindo de um conforto, e usando a tecnologia ofertada no momento.
Mas há índios que se perdem no conforto e nas facilidades encontradas, e no seu aprofundamento na ciência. Ingressam na faculdades e não constroem um pensamento critico, que possa usar como arma para evolução pessoal e do seu povo. Assim como fez Marx que não era acadêmico, mas usou do conhecimento da academia para produzir um conhecimento. Um índio que cursando geografia, talvez não saiba interpretar um mapa com usos e escalas.
Índios estilizados que mudam para centros urbanos, e se envolvem intensamente com a tecnologia que cabe na palma da mão. Participam de eventos culturais com seus equipamentos ligados e conectados, perdendo a oportunidade de divulgar sua cultura. Usam seus ornamentos como estrategia de marketing, quando lhe convém, um cocar para cada momento. Fazem poses de pajés e cacique, sendo apenas uma abelha operaria trabalhando para a rainha. E vão abrindo precedentes para serem recebidos em espaços culturais e cidades diferentes, com a ideia reducionista, construída pelas elites dominantes, na detenção do conhecimento.
Ouvem zumbidos e burburinhos distantes, e acreditam no que ouvem, sem saber utilizar o conhecimento aprendido, de uso da investigação para tirar suas próprias conclusões. De investigar, testar e reavaliar. Ou talvez sigam orientações de Jaci e Tupã, que lhe acompanham em todos os lugares, escondidos pelos óculos escuros, e com suas falas que podem ser confundidas pelo fones de ouvidos, ligados em musicas urbanas.
Um índio saiu da floresta para se perder nas cidades grandes. Visita cidades expondo seus trabalhos, dizendo ser escritor, poeta e artista. Deixou seus hábitos e costumes em alguma maloca, antes de entrar em cada cidade, comporta-se como um bugre. Acredita que vai vencer e sobreviver comportando-se como o homem branco, desfilando no asfalto, com tralhas e bagagens, já que não sabe se expressar como deve chamar seus companheiros silvícolas, só sabe utilizar o vocabulário da cidade, o vocabulário dos alfabetizados, de uma linhagem histórica. Diz que outros índios são seus parentes, esquecendo a língua nativa. Até com suas definições de comidas e costumes, assumiu dizendo em publico uma definição tradicional do homem urbano construído pelo fenômeno da civilização. A história contada na tribo não passa de uma lenda. Suas sopas agora não são damurida, devem estar em envelopes lacrados, dizendo serem instantâneas e suficiente para uma caneca, bastando adicionar água quente,. Podendo adicionar pimenta à gosto.
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